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Uma tarde no Parque das Nações
Na semana passada recebi um convite para ir visitar um dos meus edifícios favoritos no Parque das Nações, um espaço que tinha imensa curiosidade em conhecer, uma vez que estamos a falar de um prémio Valmor.
Aproveitei para me transformar num verdadeiro turista dentro da minha própria cidade e voltei a fazer um reconhecimento daquela zona.
Antes de visitar o Parque das Nações decidi fazer uma pesquisa sobre a zona aquando da Exposição Internacional de Lisboa, cujo tema foi “Os Oceanos”. Uma área da cidade predominantemente industrial, que a 22 de Maio de 1998 abriu ao público com uma nova cara, a então Expo 98, que encerrou a 30 de Setembro do mesmo ano e que teve o propósito, de comemorar os 500 anos dos Descobrimentos Portugueses.
Nessa altura construíram vários pavilhões que hoje são pontos obrigatórios a visitar na cidade, quando passeamos pela zona.
O Oceanário, do arquiteto norte-americano Peter Chermayeff, que foi inspirado num porta-aviões que está instalado num cais rodeado de água. Não deixe de visitar a esposição, vai ficar impressionado com os vários ambientes recriados dentro do edifício e as inúmeras espécies de animais que vivem dentro desses mesmos habitats.
Outro dos pontos a visitar, que é um ícone da arquitetura moderna portuguesa e também Prémio Valmor, do arquiteto Siza Vieira, é o Pavilhão de Portugal, um espaço onde a pala curva é um deleite visual, ao qual ninguém pode ficar indiferente.
Passei também pelo Pavilhão Atlântico, do aquiteto Regino Cruz, que hoje é uma das maiores salas de espetáculos de Lisboa e de Portugal, por onde já passaram grandes nomes do espectáculo nacional e internacional, como Marisa, Rui Veloso, Madonna ou Lady Gaga. Não deixe de o visitar e apreciar a cobertura em zinco que marca a arquitetura do edifício.
As fontes que ficam colocadas junto à artéria principal do Parque das Nações, também são uma experiência a não perder, fontes com uma forma vulcânica, com dégradé de cores, têm periodicamente jatos de água, se estiver muito calor, um conselho, aproveite para se refrescar junto delas.
A estação do Oriente, do arquiteto espanhol Calatrava, também não pode deixar de ser visitada. Uma composição metálica que cobre toda a superfície da estação, inspirada no esqueleto de varias árvores, transformaram a paisagem daquela zona da cidade.
O Pavilhão da Ciência, é também um espaço a não perder, onde pode ter experiências completamente inesperadas, como andar de bicicleta num fio a alguns metros de altura. Um espaço museológico onde o conhecimento e as experiências sensoriais são o mais importante.
E por falar em experiências sensoriais, o Edifício Vodafone, que já pelas suas fachadas vale a pena visitar, com as inúmeras persianas em forma de fole, que dão um toque e uma dinâmica visual ao espaço, incomparável com outro edifício em Lisboa e o seu jardim público, no centro do mesmo, onde pode apreciar o edifício na sua plenitude, já são bons motivos para não deixar de apreciar esta estrutura.
Com o convite que me foi endereçado aproveitei para visitar um espaço que sempre tive curiosidade em conhecer, e aqui, pelo menos quatro dos cinco sentidos têm que estar em alerta. A visão, com as linhas retas que desenham o edifício, vãos de grandes dimensões e todas as linhas que se cruzam em várias rampas que unem os pisos deixam-nos impressionados. O tato, ao passear pelos corredores, quase que intermináveis, revestidos a madeira tornam-se verdadeiros percursos sensoriais com os pés bem assentes na madeira. O olfato e a audição, despertam no Jardim, ao passearmos pelos vários corredores de bambus com mais 3 metros de altura, que transmitem uma sensação de tranquilidade, em pleno bulício da cidade.
Sem dúvida a Expo 98 revolucionou a zona oriental de Lisboa e influenciou a forma como os lisboetas e os seus residentes vivem a cidade e em especial o Parque das Nações, que é definitivamente uma zona a visitar!