What To Do /
Biblioteca do Convento de Mafra
Gosto de livros. Gosto da história que cada um encerra. Gosto da historia do objecto e da historia que este nos conta quando o abrimos.
Gosto de bibliotecas. Gosto da forma como alinham os livros. Filas e filas de cores, letras, imagens, autores, biografias, anotações, um mundo de diversidade que sempre me fascinou.
Relembro o dia em que esta paixão nasceu. Uma excursão, apenas mais uma excursão escolar, e o Convento de Mafra era o destino. À nossa espera um maravilhoso mundo por desvendar Mais de 36.000 livros para serem descobertos numa biblioteca absolutamente maravilhosa.
Oitenta e oito metros de comprimento, nove metros e meio de largura, um pé direito com treze metros e eu pequenina. Demasiado pequena perante a grandiosidade daquele espaço e daquele saber. Regressar ali passados tantos anos é voltar a ser feliz.
A madeira exótica que caracteriza aquele espaço é reconfortante. As salas iluminadas de forma natural, de autoria de Manuel Caetano de Sousa, em estilo “rocaille” são confortáveis. Nada ali é por acaso. Uma planta em cruz, onde na zona mais a sul estão dispostos os livros religiosos e ao centro, os que aos olhos da inquisição seriam mais questionáveis. Aqui poderemos encontrar o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, por exemplo, ou a segunda edição dos Lusíadas de Luís Vaz de Camões. Por fim, a norte e perto da entrada, os que me são mais próximos: arquitectura, musica, direito e medicina.
Uma das curiosidades que descobri nesta visita mais recente é que a Biblioteca do Convento de Mafra tem como visitantes assíduos várias espécies de morcegos que ajudam a preservar as obras que ali se encontram. Eles saem por baixo das estantes e alimentam-se de insectos impedindo que estes danifiquem as maravilhosas obras que ali se encontram. Curioso não?
Contrariando o que o povo diz eu gosto de voltar aos locais onde já fui feliz e por isso recomendo vivamente uma visita a este lugar de magia e que se encontra a três passos da capital!
Agradecimento ao PNM/DGPC