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Quinta da Regaleira

A Quinta de Regaleira habitada, há mais de dois séculos, por ilustres famílias portuguesas, está, hoje em dia, aberta ao público, servindo de cenário a uma multiplicidade de manifestações culturais, designadamente, teatro, ópera, recitais, exposições temporárias, etc.


Situada em pleno centro histórico classificado como Património Mundial, em 1995, pela Unesco, mantém a designação actual desde pelo menos 1830, data em que era seu proprietário Manuel Bernardo. A primeira notícia desta propriedade data de 1797, quando, nos limites da vila de Sintra, são adquiridos os terrenos que a viriam a integrar. Mais tarde, cerca de 1715 as mesmas terras vêem a ser adquiridas em hasta pública por Francisco Alberto Guimarães Castro. No final do sec. XVIII, aquele lugar era conhecido como Quinta da Torre ou Quinta do Castro. Entretanto, em 1840, a Quinta da Torre é vendida a Ermelinda Allen Monteiro de Almeida - Baronesa da Regaleira -, filha de um abastado comerciante do Porto. Em 1892, os barões da Regaleira venderam a Quinta a Antº Augusto Carvº Monteiro, que transformou a na configuração que mantém actualmente, isto é, avassaladoramente romântica, envolta em mistérios e lendas, e segredos maçónicos.  Em 1946, a Quinta é comprada por Waldemar d'Orey que aí residirá com sua família até 1987, sendo então comprada por uma empresa nipónica a Aoki, Co. Em Março de 1997, a Câmara Municipal de Sintra adquire a Quinta, aí instala a sede da Fundação Cultursintra, e abre-a, simultaneamente, ao público visitante.

 

António Augusto Carvº Monteiro (1848-1920), genericamente conhecido por "Monteiro dos Milhões", licenciado em Leis pela Univ. de Coimbra, nasceu no Brasil, herdeiro de uma notável fortuna proveniente do comércio de cafés e pedras preciosas. Homem culto, coleccionador de raridades bibliográficas e antiguidades, apaixonado por temas como a Alquimia, a franco-maçonaria e os Templários, concebeu a Regaleira como uma verdadeira "mansão-filosofal".


O primeiro projecto arquitectónico, muito ao gosto neogótico, foi concebido pelo francês Henri Lusseau, mais tarde, o italiano Luigi Manini (1848-1936), interpretando fiel e escrupulosamente, os delírios oníricos de Carvalho Montº, será o responsável pela construção do Palácio e dos jardins. Manini chegara a Portugal em 1876 para trabalhar no Teatro de S. Carlos, tendo igualmente o seu nome ligado à construção, em Milão, do  próprio Scala, em Portugal, para além do Real Teatro de S. Carlos, ao Hotel do Buçaco e ao Chalet Biester, em Sintra.  Os preparativos da obra iniciaram-se em 1898, com a adaptação a residência da Casa da Renascença, edifício que já preexistia na Regaleira. As grandes remodelações iniciaram-se pelas cocheiras e, depois, a partir de 1904, iniciou-se a construção da Capela, e no ano seguinte, o Palácio. 


O Palácio da Regaleira, em estilo manuelino, tem na fachada o monograma de Carvº Montº, ligado por cordas, nós, laçadas e bóias, esculpidos na pedra. Tanto no interior como no exterior do Palácio é uma verdadeira reinterpretação revivalista do estilo manuelino (séc. XVI), eivado de símbolos maçónicos, alquímicos e templários, a que nem a própria capela escapa, o que evidencia, portanto, o pendor esotérico de Carvº Montº, e que é, aliás, reforçado pela presença nos jardins do Poço Iniciático. Seja qual for o percurso escolhido, todos convergem num amontoado de pedras que aos mais incautos se assemelhará a um dólmen. A esta insólita construção, no meio da mata densa e luxuriante, acede-se através de uma porta de pedra que se abre por meio de um mecanismo oculto e que, por sua vez, permite penetrar num enorme poço, construído como se fosse uma torre invertida nas profundezas da ecúmena. Esta construção é designada por Poço Iniciático, pois, a maior parte dos ritos de iniciação aludem o nascimento e a morte ligados à terra. Trata-se da materialização da ideia da terra como grande útero donde emana a vida e, simultaneamente, como imensa sepultura para onde se volta depois da morte.


Esta imbricada construção subterrânea, mais não é do que uma longa galeria em espiral, que se desce em lanços de 15 degraus que terminam num patamar, que no seu conjunto são nove, e que se poderá conotar com os Nove Círculos do Inferno, as nove Secções do Purgatório, e os nove céus do Paraíso, tema central de "A Divina Comédia" de Dante. No fundo desta grande escadaria em espiral está esculpida, em embutidos de mármore, a Cruz dos Templários, ligada a estrela de oito pontas, emblema heráldico de Carvº Montº. Poder-se-á afirmar em síntese que esta dimensão inusitada e única atinge o seu ponto mais alto, em diferentes momentos de que se salientam: a entrada triunfal pela loggia, a descida ao Poço Iniciático pelo Portal dos Guardiães, da descoberta de emaranhado de túneis subterrâneas com águas adjacentes abundantemente cobertas de limos, a subida à Torre da Regaleira e aos Zigurates que ladeiam o Terraço dos Mundos Celestes, etc.


Agradecimento a CulturSintra FP - Quinta da Regaleira

Credito Fotografias - CulturSintra FP - Quinta da Regaleira


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INFORMAÇÕES

Telefone: +351 219106656

Email: regaleira@mail.telepac.pt

Website: www.regaleira.pt

Morada: Quinta da Regaleira, 2710-567 Sintra

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