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Parque e Palácio de Monserrate
A 4kms do centro histórico de Sintra, situa-se o Parque de Monserrate, que integra exuberantes jardins e um palácio, testemunho ímpar dos ecletismos do século XIX, onde os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior se prolongam harmoniosamente no exterior. O relvado fronteiro ao palácio permite um descanso merecido, antes de prosseguir na descoberta de um dos mais ricos jardins botânicos portugueses.
O Parque de Monserrate foi arrendado, no fim do século XVIII, por Gerard DeVisme, rico comerciante inglês, que aí construiu uma casa em estilo neo-gótico. Em 1794, DeVisme subarrendou Monserrate a William Beckford mas, em 1809, quando Lord Byron a visita e descreve no poema “Childe Harold’s Pilgrimage”, a casa, abandonada, já estava em ruínas. Monserrate tornou-se, porém, num local de visita obrigatória de viajantes estrangeiros, sobretudo ingleses, descrito em inúmeros relatos de viagens e gravuras.
Um dos visitantes famosos foi Francis Cook, outro muito rico industrial inglês mais tarde agraciado pelo Rei D. Luís com o título de Visconde de Monserrate, que adquiriu a propriedade e iniciou, com o arquiteto James Knowles, a transformação do que restava da casa de DeVisme. Em 1866, o Palácio de Monserrate já estava concluído, num estilo que combina influências góticas, indianas e sugestões mouriscas. É, com o Palácio da Pena, um dos mais importantes exemplos da arquitetura Romântica em Portugal.
Os jardins circundantes, de que se salienta o do México, recentemente restaurado, receberam espécies vindas de todo o Mundo e foram organizados por áreas geográficas, refletindo as diversas origens das plantas e compondo cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas.
É assim, sobretudo graças à intervenção programática do paisagista William Stockdale, do botânico William Neville e do mestre jardineiro James Burt e, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que podemos hoje encontrar no Parque de Monserrate cenários contrastantes que, ao longo de caminhos sinuosos e em convívio com espécies espontâneas da região, como os medronheiros de porte arbóreo, os já muito raros azevinhos e os imponentes sobreiros, surgem ancestrais fetos arbóreos e araucárias, agaves e palmeiras que recriam um cenário do México, camélias, azáleas, rododendros e bambus, lembrando um jardim do Japão.
O Governo Português adquiriu a propriedade e o palácio em 1949, tendo este monumento sido entregue à Parques de Sintra para gestão em 2000. Depois de uma profunda intervenção de reabilitação de coberturas e fachadas e da instalação de novas redes de infraestruturas, o palácio reabriu no verão de 2010, após o que tem vindo a decorrer o restauro dos interiores, à vista dos visitantes. Dependências como a Biblioteca, a Capela, a Sala de Jantar e as Cozinhas, foram já totalmente restauradas.