A Lisboa que eu amo é feita de cheiros e sabores, de luz e de sombras, do rio Tejo aos seus pés plantado. É a Lisboa das tascas com cheiro a vinho carrascão, das vizinhas que gritam de uma varanda para a outra como se estivessem na sala de estar comum, dos idiomas que se misturam com o nosso português, desta palavra saudade que é tão nossa e que se encontra a cada virar da esquina. Gosto desta Lisboa das vielas e das ruas estreitas, do cheiro a sardinha assada que se faz sentir nesta altura do ano. Gosto desta lisboa que nos seduz com as suas curvas à medida que subimos por uma das suas colinas. Gosto de subir a rua da Graça, desde o largo da Graça, e virar à esquerda e percorrer a Rua da Senhora do Monte. À nossa espera está um dos miradouros, menos visitados de lisboa, mas sem dúvida o meu favorito, e o que tem a vista mais deslumbrante da cidade – o Miradouro da Nossa Senhora do Monte (onde as grávidas vão à procura de protecção para o parto). Aos nossos pés uma vista sobre o estuário do Tejo, a Igreja da Graça, o Castelo de São Jorge e o bairro da Mouraria, a Baixa Pombalina, as Ruínas do Convento do Carmo, Monsanto, as Avenidas Novas, a Penha de França e as outras colinas de Lisboa. Esta é a Lisboa que eu amo.