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Penha Longa Resort
O frio começa a chegar e dá-nos aquela vontade de acolher, ficar em casa, sossegar, repensar o ano que está quase a terminar e começar a sonhar com as possibilidades do novo ano, com o que podemos construir, melhorar, mudar na nossa vida.
E Sintra volta a ganhar todo o seu encanto invernal cheio de mistério e de lendas do oculto. Foi no sopé da Serra que os monges da Ordem de São Jerónimo, vindos pela mão do Rei D. Manuel I, primeiro assentaram, neste local rodeado de Natureza, silencioso, onde pudessem dedicar as suas vidas ao recolhimento, ao estudo, e ao pensamento de Deus. Só mais tarde irão se deslocar para Lisboa para se instalarem no célebre Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Esse primeiro mosteiro, datado do sec. XVI, está muito bem preservado, sendo parte da propriedade do Penha Longa Resort.
Fui visitá-lo e fiquei maravilhada: o mosteiro é uma pequena pérola, completamente restaurado, é hoje utilizado para eventos de luxo (casamentos, festas, incentivos, etc...). Entra-se pela capela, magnífica com os seus mármores e talha dourada, percorre-se depois o claustro e as salas adjacentes, como a dos Arcos, chega-se depois à cozinha com os azulejos azuis e brancos, os fornos e a loiça em cobre, segue-se a sala da lareira de côr amarela com um tecto magnífico decorado com trabalhos florais brancos. No seu exterior, deparamo-nos com um pequeno jardim e algo único – a fonte da porca, assim chamada pelo povo, mas que na verdade representa um javali, relembrando a vida selvagem da Serra e a pureza da água, vinda directamente da mesma. Boa água, boa fruta, legumes e vinho, silêncio, natureza e bom ar, como não escolher este local para viver?
Gentilmente fui convidada a pernoitar no hotel. Não poderia recusar!
A chegada ao Penha Longa Resort faz-se por uma estrada que nos envolve imediatamente com a Natureza, um lago do lado esquerdo, curvas e contracurvas, a sensação de estarmos longe do rebuliço da cidade grande, de ser possível descansar.
Os olhos começam a arregalar e os sentidos ficam mais atentos.
O edifício principal ergue-se em perfeita harmonia com o espaço envolvente.
A entrada é glamorosa e o arranjo floral faz-nos parar e querer ficar ali a observar, como se de uma pintura impressionista se tratasse. Nesse momento, dois sorrisos recebem-me juntamente com um chá quentinho, ideal para esta época.
Sou então acompanhada até ao meu maravilhoso quarto, a varanda convida a que inspiremos a natureza que nos abraça e que nos sentemos imediatamente a ler um livro para aproveitar todo o verde que nos envolve. Mais um mimo me aguardava: pastel de nata, queijada de Sintra e travesseiro, três jóias da pastelaria portuguesa.
Após um pequeno descanso, decidi aventurar-me por este espaço. E se há coisas para fazer! Uma ida ao Penha Longa Spa que nos deixa o corpo e alma a levitar, golf, tanto para adultos como para crianças, ténis, caminhadas pela Serra, bicicletas com cestinhos à frente (que me reportam para a infância, quando assistia a série Verão Azul) piscina (exterior e interior), entre tantas, tantas outras actividades.
A hora do jantar aproximava-se e os cinco restaurantes integrantes do Hotel tornam a nossa escolha complicada. Entre o Arola, do Chef Sergi Arola premiado com duas estrelas Michelin, o Il Mercado que une a tradicional cozinha italiana à criatividade do seu menu, O Midori, requintado restaurante Japonês, o B-Lounge e o Aqua, o restaurante de cozinha tracional portuguesa junto à piscina. Nesse momento notei uma fragância diferente no hall do Hotel que pairava no ar... Pipocas! Uma máquina antiga de pipocas está colocada à entrada de uma sala onde passam filmes mudos a preto e branco! Memórias felizes assaltam de novo a minha mente. Palavras para quê?
Após tantas descobertas, recolhi-me ao meu quarto, e mais um mimo me surpreendeu, chocolates na almofada e uma pequena carta que me diz terem perfumado a cama para criar o ambiente perfeito para uma excelente noite de descanço.
E se dormi bem. Esta é provavelmente a melhor cama do mundo. Não lembrar de adormecer e não querer acordar é sinal disso, não é?
Depois de uma noite maravilhosa, o fim de semana fechou com chave de ouro: o pequeno-almoço servido numa sala que mais uma vez nos enche as vistas (quem não quereria acordar para vivenciar esta sinfonia para os olhos todos os dias?). E deliciei-me com as iguarias. O primeiro detalhe que reparo é a secção do buffet dedicada às crianças, que festim de cores e de sabores. Mas esse festim também existe para os adultos: uma enorme variedade de pães, queijos, compotas, sumos, frutas, ovos, salmão, mel, panquecas, etc…, etc..., etc... Um sem fim de escolhas e tudo tão bom. Além do cuidado para com quem tenha uma dieta especial, sem glúten e sem lactose!
Depois do pequeno almoço, parti, de sorriso nos lábios, corpo descansado e alma revigorada.
A 10 minutos está a vila de Sintra, Património Mundial da Unesco. Decidi dar um passeio antes de regressar à capital, viajando de novo no tempo, entre palácios, castelos, quintas e cafés históricos... Surge-me assim a ideia do próximo desafio.
Desafio 4: Sintra e Lisboa no final do séc XIX vêem nascer os cafés literários. Nas últimas décadas esses locais foram um pouco esquecidos, mas actualmente recupera-se essa vivência. Onde fica um novo ponto nevrálgico da vida cultural de Lisboa? Uma associação com o nome do fundador dos bombeiros voluntários em Portugal onde funciona uma sala de exposição, um teatro, um café e uma fantástica livraria?