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Restaurante Arola | Tapas na Penha Longa
Após um passeio pedestre pelas veredas da Serra de Sintra, uma pausa para petiscar a olhar para a paisagem
Quem gosta, como eu, de passeios pedestres matinais, S. Pedro de Sintra é um bom ponto de partida para uma volta que englobe o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros, monumentos que gosto sempre de revisitar. Depois é só descer pelas veredas entre árvores e pedras de novo, não deixando nunca de olhar os pormenores da paisagem. Para o repasto de almoço há várias opções nas imediações, mas hoje vou sugerir o restaurante Arola, não só por ser lugar de tapas, coisa que muito aprecio, mas também porque a última visita ao espaço foi particularmente agradável. Para além disso, o restaurante fica no Clube de Golfe do Hotel da Penha Longa, com uma vista simpática que acrescenta mais prazer à degustação. O Resort da Penha Longa fica perto de Sintra, quase à frente da Lagoa Azul e à beira daquele que foi um dos mais mediáticos troços do Rali Tap, e depois Rali de Portugal Vinho do Porto, até meados dos anos 80.
O restaurante Arola é uma das várias casas de Sergi Arola, cozinheiro espanhol que tem duas estrelas Michelin no seu restaurante de Madrid, o Sergi Arola Gastro. É, essencialmente, uma casa de tapas criativas, de cunho moderno, feitas com bons produtos. Nela existem algumas sugestões tradicionais do chefe de cozinha de origem catalã, como as batatas bravas com molho picante, mas foi dada liberdade ao chefe residente, Milton Anes, para propor as suas sugestões. Os sabores e aromas das diversas tapas criativas apreciadas foram inspiradores, tal como a diversidade de texturas sentidas na passagem pelo palato. Salientou-se, à partida, a Ceviche de robalo, um prato de inspiração peruana, e o Carpaccio de presas de porco ibérico, com óleo e queijo parmesão, maçã e pimento verdes e pistácio. Ambos equilibraram-se com harmonia com o vinho proposto pelo escanção Ricardo Rodrigues, o alentejano Conde D’Ervideira branco de 2013. Mas gostei, em particular, de outros dois duetos entre vinho e comida. O primeiro ocorreu entre o Condesa de Leganza: María Longhetti Verdejo de 2008, um branco da região espanhola de Toledo, com uma Pescada de Anzol com salada morna de espinafres e caril, crumble de amêndoa e ostra vegetal. O outro foi entre um vinho do Douro, o Quinta do Cachão Touriga Nacional 2008, com umas Asas de Frango confitadas com molho de sementes de sésamo e alho desidratado, um prato com um toque asiático. Aberto desde meados de 2008, o Arola apresenta uma ementa de tapas que inclui seis clássicos de Sergi Arola, como o ravioli de rabo de boi, seis tapas frias, cinco que não são frias nem quentes e oito quentes. São bem decoradas, aliciantes à vista, bem pensadas e criativas. E isso reflecte-se no prazer que proporciona a sua passagem na boca. Não são para todas as bolsas, mas há propostas de menu com seis e nove pratos que se podem e devem partilhar. A carta de vinhos, de preços inflacionados como acontece na maioria das unidades hoteleiras de topo, é vasta e variada, e inclui vinhos a copo que poderão servir para companhia de muitas das sugestões do menu.